Método do encantamento na Odontopediatria

O que é o método do encantamento?
Estabelecer uma relação de confiança entre você e os responsáveis, logo na primeira consulta, para que eles retornem e queiram realizar o tratamento de seus filhos com você. Para atingir este objetivo, algumas questões são primordiais, como:
– Demonstrar profissionalismo;
– Possuir e transmitir conhecimento teórico-prático;
– Ser empático.

Como demonstrar profissionalismo na primeira consulta?
Inicialmente, uma boa opção é possuir um roteiro para a primeira consulta, pois isto tornará sua rotina mais lógica e eficiente. Normalmente, as etapas do primeiro atendimento compreendem-se em: 1- Conversa inicial com os pais, 2- exame clínico da criança, 3- retomada da conversa com os pais e explicações sobre a condição bucal da criança. Contudo devemos lembrar, sempre, que este roteiro deve ser ADAPTÁVEL para que ele se adeque as diferentes realidades e necessidades de cada núcleo familiar. Mesmo assim, saber de antemão quais passos você deverá seguir
otimizará seu tempo e te permitirá fazer estes pequenos ajustes.
Outra questão em relação a transmissão de profissionalismo é a atenção que o cirurgião-dentista demonstra ter aos detalhes que serão visualmente percebidos pelos responsáveis. Quando falamos em qualidade de um serviço, não podemos ignorar que a primeira impressão também é muito importante. Desta forma, o cuidado com a higiene, a biossegurança e a estética, tanto do consultório quanto dos seus EPI’s, fazem a diferença. Organização, limpeza e capricho são primordiais quando falamos em saúde. Além disso, possuir uma papelaria do consultório também pode
acrescentar. Cartão de visita, receituários e atestados timbrados e padronizados, com informações pertinentes sobre você e seu consultório, transmitem profissionalismo.

Como transmitir meu conhecimento na primeira consulta?
Muitas vezes ficamos ansiosos para demonstrar todo o nosso conhecimento e transmitir as informações de saúde bucal ao núcleo familiar. Contudo, está é uma questão que demanda muita atenção, pois nem sempre o que é dito pelo cirurgião-dentista é entendido e absorvido pela família. Vários fatores podem interferir nessa comunicação, como por exemplo as características socioeconômicas, o alfabetismo em saúde bucal e a cultura da família.
Para realizarmos uma comunicação assertiva, precisamos ter EMPATIA. Cada família e, consequentemente, cada criança possuem uma realidade específica. Sendo assim é preciso colocar-se no lugar do outro e entender quais são os desafios e necessidades de cada caso. É preciso que o cirurgião-dentista ouça muito mais do que fale e entenda, sem julgamentos, a história daquele núcleo familiar.

Como conduzir a conversa inicial com os pais?
A conversa inicial deve ser embasada nas informações contidas na ficha de anamnese. Contudo, dependendo da rotina e da disposição do consultório onde você atua, a anamnese pode ser preenchida pelos responsáveis na recepção, na sua ausência. Nestes casos, nos quais não é o cirurgião-dentista que preenche a ficha, é de suma importância que as informações de interesse (como os dados pessoais da criança e do responsável, histórico médico e odontológico e os hábitos bucais) sejam retomadas no seu consultório, a fim de criar um vínculo e proporcionar entendimento da realidade daquele núcleo familiar.
Vale lembrar, que neste momento a criança já está presente e extremamente interessada em te conhecer melhor, sendo assim é muito importante que já sejam realizadas perguntas também para ela. Questionamentos simples, como “qual seu nome? ”, “você tem um apelido?”, “qual seu animal de estimação? ”, “qual seu desenho favorito?”, que permeiam assuntos de interesse das crianças, são fortes aliados quando o objetivo é estabelecer uma relação positiva entre dentista-paciente.

O que devo verificar no primeiro exame clínico?
O exame clínico deve ser voltado à criança, então lança-se mão de todas as técnicas de manejo para tornar este momento o mais confortável possível. Nele devem ser recolhidas, obrigatoriamente, todas as informações sobre os tecidos moles (gengiva e mucosa) e duros (dentes, integridade dos ossos da face e oclusão). Para isso, além dos exames de inspeção e percussão, podem ser requeridos exames complementares, como as radiografias panorâmica. Nela é possível visualizar diversas estruturas do complexo maxilo-mandibular, dentre elas: os seios maxilares, a integridade dos ossos, os germes dos dentes permanentes em formação, o estágio de formação radicular e os dentes inclusos e/ou supranumerários (se houverem). Esta
técnica radiográfica é indicada para uma primeira avaliação, a fim de proporcionar uma visão geral do estado bucal da criança, e, também, ao fim tratamento. Dessa forma, o profissional terá registros de todas as etapas e conseguirá observar a evolução odontológica do paciente.
Uma outra possibilidade, durante o exame clínico, é realizar fotografias intrabucais da criança, isso ajudará na retomada de conversa com os pais, pois você conseguirá exemplificar a situação atual da saúde bucal da criança.

Como fazer a retomada da conversa com os pais?
Neste momento é preciso que o cirurgião-dentista deixe muito claro quais foram os achados odontológicos e o que pode melhorar. Qual é a situação atual e onde pretende-se chegar em relação a saúde bucal da criança. Qual será o seu plano de tratamento e porque está optando por isso. Para ajuda-lo nesta tarefa, existem várias ferramentas que podem ser utilizadas para auxiliar a conversa e permitir que os pais compreendam melhor o assunto, como utilização de slides em tablets ou computadores, imagens pré-definidas e até mesmo das fotografias do exame clínico da própria criança.
É muito importante também que, nesta etapa, a família perceba o quanto é importante no tratamento do seu filho e que para você promover a saúde bucal da criança eles precisarão ser seus aliados. Contudo, cuidado para não sobrecarregar os responsáveis de informações. Alguns pais são mais interessados em cada detalhe, outros já são mais diretos, por isso é preciso ter sensibilidade e se adequar a cada caso.

Autoras: Paula Dresh Portella e Bruna Letícia Vessoni Menoncin

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