Todo mundo deseja ver o filho feliz e sorrindo. Mas não basta ser bonito – o sorriso também deve ser saudável. Cuidar da dentição da criança desde o início da vida é fundamental para que ela cresça com dentes fortes.
CRESCER entrevistou dois especialistas em saúde bucal infantil: o odontopediatra Gabriel Politano, do Ateliê Oral Kids (SP) e Karla Mayra Rezende, diretora da Associação Brasileira de Odontopediatria (ABO). A seguir, te contamos tudo sobre o assunto.
OS PRIMEIROS DENTES DOS BEBÊS
Não existe idade certa, mas eles começam a surgir entre os 6 e 14 meses de vida. Os primeiros costumam ser os frontais de baixo. Em situações muito raras, o primeiro dente aparece ainda no primeiro mês de vida ou até já está na boca do bebê ao nascer. É o chamado dente neonatal. Caso aconteça com seu filho, é importante consultar um odontopediatra para avaliar se está tudo bem, se ele tem raiz e se não existe nenhum tipo de alteração.
HIGIENE BUCAL ANTES DOS DENTES
Enquanto o bebê não tem nenhum dente, as bactérias que causam a cárie são engolidas, sem danos à saúde bucal. Porém, quando nasce o primeiro dente, elas encontram uma superfície para se apoiar e, assim, a cárie pode surgir. Para evitar que isso aconteça, é importantíssimo fazer a higiene bucal adequada.
Use uma escova pequena, macia e adequada para a idade (a embalagem traz a indicação etária). A pasta deve ter flúor, mas o ideal é colocar uma quantidade bem pequena: uma porção do tamanho de um grão de arroz cru é suficiente para os bebês. Para crianças maiores, que já sabem cuspir, use um pouco mais, como um grão de ervilha. Troque a escova a cada três meses mais ou menos.
Recomenda-se que os pais façam de duas a três escovações diárias nos filhos, sempre após as principais refeições (café da manhã, almoço e jantar). Caso consuma algo muito rico em açúcar entre as refeições (o que deve ser evitado), também é bom escovar depois. Para estimular a boa higiene bucal, dê o exemplo escovando seus dentes na frente da criança e explique sempre a importância da limpeza para evitar o surgimento de cáries. Utilizar livros infantis que abordam o assunto de forma lúdica pode ajudar. Deixar a criança escolher na compra da escova costuma funcionar também.
DENTIÇÃO COMPLETA
Na grande maioria dos casos, entre 2 anos e meio e 3 anos, todos os dentes de leite da criança já terão nascido. São dez superiores e mais dez inferiores.
TROCA DE DENTES
É por volta dos 5 ou 6 anos de vida que tem início a troca dos de leite pelos permanentes. Os primeiros são os de baixo, da frente. Os dentes costumam amolecer até que caiam sozinhos ou fiquem “por um fio”, bastando uma leve puxadinha para soltar. Porém, em alguns casos raros, quando ele fica mole por muito tempo e não quer saber de cair, pode ser necessária a ajuda de um odontopediatra. A troca completa dura até os 12 anos da criança.
DENTES PERMANENTES
Com cerca de 12 anos, quando terminam todas as trocas, a criança deve ter 28 dentes. Aí, falta aparecer apenas os sisos – que, em alguns casos, não nascem ou não existem. Caso venham a surgir, é só por volta dos 18 anos.
USO DE FIO DENTAL
O uso ou não do fio dental depende da proximidade entre os dentes: quando são bem grudadinhos, é melhor utilizar (um vez por dia é suficiente). Caso sejam afastados, não precisa passar.
A IMPORTÂNCIA DA ALIMENTAÇÃO
Você sabia que a saúde bucal não depende apenas dos bons hábitos de higiene? Para dentes bonitos, é fundamental cuidar da alimentação de seu filho. Tudo começa com uma dieta balanceada, rica em verduras, frutas e legumes. O consumo de itens ricos em açúcar, como balas, chocolates e refrigerantes, deve ser evitado ao máximo. Quando a criança ingere muitos doces e não faz a escovação correta, aumenta a chance de surgirem cáries.
CONSULTAS COM O DENTISTA
O odontopediatra deve ser consultado quando nasce o primeiro dentinho do bebê. Na ocasião, o profissional irá orientar a família sobre escovação. Não há regra para o retorno das consultas – isso dependerá da saúde bucal de cada paciente. Por exemplo, para uma criança com boa escovação e sem cáries, uma visita anual ao dentista é suficiente. Se ela tiver cáries, precisará voltar com mais frequência, de acordo com cada caso.
FONTES CONSULTADAS: Gabriel Politano, odontopediatra do Ateliê Oral Kids (SP) e Karla Mayra Rezende, diretora da Associação Brasileira de Odontopediatria (ABO).